Pesquisa relaciona prédio verde à saúde e ao bem-estar
Estudo interliga construção da edificação com o mobiliário utilizado pelas pessoas que a frequentam, mudando conceitos de obra sustentável
Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé
Vinte anos depois de o conceito de prédio verde ser colocado em prática, pesquisa revela que as edificações que tiveram manutenção adequada realmente conseguiram influenciar na qualidade de vida de seus usuários. Coordenado pelo Centro de Harvard para a Saúde e Ambiente Global, da Universidade de Harvard, o estudo selecionou prédios verdes erguidos na Europa, e com idade de construção variando entre 10 anos e 20 anos. Entre as constatações, a pesquisa detectou que a qualidade dos empreendimentos e a conservação de um edifício podem afetar, por exemplo, a cognição de seus frequentadores.
As principais funções cognitivas estão relacionadas com percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas (planejamento, memória, atenção, inibição e autocontrole). “Para sete das nove funções cognitivas testadas, os escores médios diminuíram de acordo com o aumento de níveis de CO2 nos ambientes internos”, diz trecho do estudo da Universidade de Harvard. O levantamento demonstrou que a exposição a poluentes domésticos comuns, tais como dióxido de carbono e de compostos orgânicos voláteis (COV), como os encontrados em tintas e alguns tipos de colas para carpetes, são suficientes para influenciar no desempenho cognitivo.
A pesquisa também fez a relação entre a construção do prédio verde e o mobiliário utilizado pelas pessoas que frequentam a construção. Dependendo dos materiais, eles podem anular os efeitos positivos dos conceitos agregados à obra. “Se um escritório tiver um sofá ou uma cadeira tratada com retardadores de chama, eles podem anular a qualidade da edificação. Trata-se de produtos químicos que estão ligados a problemas de perda de memória ou de fertilidade. O mesmo ocorre com tapetes que podem emitir compostos orgânicos voláteis, o que provoca irritação na garganta ou dor de cabeça”, revela o estudo.
Além do prédio verde
A tese desenvolvida no Centro de Harvard para a Saúde e Ambiente Global mostra que as substâncias químicas desprendidas pelo mobiliário, e que podem impactar na saúde das pessoas, ainda são pouco conhecidos, inclusive pelos fabricantes. Ao mesmo tempo, os pesquisadores descobriram que, em média, ambientes com melhor ventilação fazem dobrar o desempenho dos seus participantes, especialmente em áreas críticas, repletas de computadores. “As empresas que desejam se diferenciar como empregadores devem se concentrar em edifícios mais saudáveis para seus empregados”, alerta o estudo.
Trabalhos como o de Harvard estão prestes a levar o conceito de prédio verde a dar um passo à frente. O estudo se alia a outras pesquisas, como as desenvolvidas pelo International Well Building Institute, com sede nos Estados Unidos, e que criou o primeiro protocolo a se concentrar especificamente sobre a saúde na construção civil. Nele, melhorias tecnológicas são medidas de acordo com o desempenho de sete categorias – ar, água, alimentação, luz, aptidão, conforto e mente. Criou-se, então, o selo Well, que começa a ser agregado pelo Green Building Council, organismo que emite a certificação LEED.
Entrevistados
Centro de Harvard para a Saúde e Ambiente Global, da Universidade de Harvard (via assessoria de imprensa)
International Well Building Institute (via assessoria de imprensa)
Contatos
sustainability@harvard.edu
info@wellcertified.com
media@wellcertified.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Fonte: http://www.engenhariacompartilhada.com.br/Noticia.Aspx?id=1093847